O WhatsApp é uma daquelas ferramentas que a gente usa e pensa: “Como era que eu fazia antes disso existir?” (de verdade, nem eu me lembro). A questão é que esse aplicativo se tornou parte do celular, parte de você e do seu trabalho.
É mais rápido e fácil resolver e providenciar e pedir e cobrar e vender e (até) paquerar através dele. Afinal, trata-se de comunicação instantânea, e nós não temos tempo, nem temos saco (aqui no sentido figurado, lógico!) de esperar. É pra agora, é pra já… e nem pense em demorar de responder pra pessoa do outro lado não começar a dizer que você não atende bem, que está ignorando ela e outras coisas mais que alguém carente pode pensar (e a dor de cabeça, advinha pra quem vai sobrar?).
Pois é… o negócio é bom, mas é ruim. E quando a gente pensa no uso comercial, é imprescindível ficar atento a alguns quesitos bem importantes (aqui é pra você olhar e fazer no seu, e não pra parar a leitura e olhar os status do(a) coleguinha não! Oxeee…)
• A escolha da foto do perfil
Tudo bem que você se acha o máximo naquela foto de biquinho… de biquíni, com a camisa do Vitória (ops, brincadeirinha), com a barriga de fora, com a crítica à política, com o copão de cerveja na mão… mas vamos ao fato: essa foto é bacana com amigos e família, mas para atender o cliente, NÃO. Vamos pensar o seguinte, se sua mãe for a cliente, você gostaria ou sentiria confiança em deixá-la comprar algo de um vendedor de sunga e copo de cerveja na mão? E se fosse seu esposo, ficaria de boa se a foto da vendedora fosse com a mão no joelho e descendo até o chão?
A ideia não é julgar você – PESSOA – nem o que você faz. Mas, se tratando de você – PROFISSIONAL – aí não tem jeito. A gente compra de quem confia! A gente precisa vender uma imagem profissional – real – que condiz com o que você é e faz no seu trabalho. Então, nada melhor que escolher fotos que traduzam isso – seu profissionalismo, sua credibilidade, sua simpatia.
• A frase do recado
Sabe aquele textinho que você coloca no perfil para acompanhar sua foto? Aproveite esse espaço do recado para vender seu peixe! Sim, esse espaço é importante até para lembrar aos seus amigos com o que você trabalha. Já pensou encontrar seu amigo dentro da empresa da qual você faz parte há anos e ver ele comprando com outra pessoa? Isso acontece muito mais do que você imagina…
• O pedido de licença
Tá aí uma coisa que muita gente esquece: pedir licença para entrar no espaço do outro. Não é porque o cliente te deu o número dele que você pode mandar mensagem (nem ligar) quando quiser. Muito menos se for para vender algo que ele talvez nem queira comprar e em horários onde ele não tá afim de teclar! Portanto, pergunte se ele autoriza você a falar com ele por esse canal e ative o bom senso para não enviar mensagens no horário do almoço, de madrugada, no domingão…
• A medida certa (conhecida por: a noção!)
Querido e querida, seu CLIENTE não é seu amigo! Nada de “amigaaa”, “flor”, “gata”, “minha linda”, “oi amigo”, “meu querido”, “mano”, “fala irmão!”, “colé brother”. O tratamento não precisa ser mega formal, mas intimidade também não cabe (exceto se o cliente virar amigo depois de um tempo ou já for amigo antes). Não force a barra, mantenha a compostura e se coloque no seu papel de vendedor, atendente, consultor. Cada palavra sua causa uma impressão e, para vender, essa impressão precisa ser boa. Lembre-se que em cada detalhe há uma informação e o que você precisa é que o seu cliente (ou possível cliente) entenda que você é de confiança e que ele estará fazendo um bom negócio (pra ele!).
• A noção – mais uma vez!
Td bem vc escrever assim e pá! Mas ñ é td mundo q vai decifrar esse B.O… Não, escrever desse jeito NÃO é bom e em um contato comercial não vai ficar tudo bem. Tumbém, na hora de incresver num dá pra cer de qualquer jeito – SOCORRRROOOOOOOOO!! Erros de português no ambiente corporativo podem ser a gota d´água para o cliente fugir de você, isso porque esse é um tipo de erro que atrapalha a imagem de confiança que o cliente precisa ter de uma empresa para fazer negócio com ela. Isso sem contar os inúmeros problemas de comunicação que um erro de escrita pode causar… inclusive servindo de prova em uma batalha judicial.
Cuidado com o que e como você escreve, uma vírgula mal empregada ou uma frase mal escrita podem levar a interpretações equivocadas e, no mundo dos negócios, isso pode ser fatal. Aqui vale lembrar das figurinhas… atenção para o que vai mandar para seu cliente: cabe brincar tanto? Ele vai entender o significado? A figurinha tem brincadeira sem graça ou mesmo ofensiva? Opte pelas figurinhas corporativas, caso sua empresa possua (ou evite as figurinhas).
• A noção – de novo, novamente… (só pra garantir)
Na hora de mandar fotos, “peloamô”, seguraaaaa o dedo!! Quem falou que é legal lotar o WhatsApp com um álbum de fotos do produto que VOCÊ quer vender? Mande 1 ou 3 fotos, pergunte se o cliente gostaria de ver mais, até pergunte se ele quer que você encaminhe o catálogo do produto. Mas pra isso, tenha um catálogo (aqui, só pra deixar claro, claríssimo, não significa mandar tudooooo que tem no rolo da câmera. Aqui significa que você reuniu as melhores fotos em um único arquivo – de preferência um PDF – e mandou para o cliente). Olha que elegância: um único envio com uma seleção bem feita. O auge!! Não se preocupe, o cliente que estiver interessado no produto vai perguntar se tem outra cor, outro modelo, outra forma de pagamento… aí a coisa desenrola e você vende!
• Já falei de NOÇÃO antes?!
WhatsApp não é Podcast, então, na hora de mandar áudio pergunte ao cliente se você pode mandar áudio. E, se ele permitir, seja sucinto na sua gravação. Não grave áudios picotados (daqueles em que em cada gravação sai uma palavra e você que lute para juntar tudo), nem grave uma audionovela (vontade de acelerar o áudio em 4x…). Primeiro pense o que você quer comunicar e só depois grave o áudio.
O Zap Zap é ferramenta para aproximar pessoas, para ajudar a vender mais, para comunicar melhor. A questão é sempre lembrar de uma premissa básica: comunicação não é o que você fala ou escreve, é o que o outro (vulgo cliente) entende. Então, se apresente, peça licença para começar a conversa, procure o melhor momento, use o bom senso, explique tudo direitinho, corrija seu texto e faça bons negócios!
Soraya Macêdo
Publicitária formada pela Ucsal e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Uefs
Diretora da Formato Ideias
22 anos de experiência no mercado publicitário, 15 anos lecionando em faculdade e formando novos profissionais, 18 anos à frente da agência e aprendendo coisas novas ainda hoje.