Entre o Metaverso e a Era dos Dinossauros

Sim, esse texto vai começar de trás pra frente. Isso porque é mais fácil lembrar o que é presente, aquilo que mesmo não entendendo direito a gente há pouco tempo ouviu falar. Mas logo vamos ao passado, aquilo que sustenta o presente e nos ajuda a decifrar o tal do futuro…

Muito se tem falado sobre um ambiente virtual onde existem empresas empreendendo, onde se compram terrenos, onde artistas fazem shows, onde você escolhe o seu avatar perfeito e passeia, compra, vende, se diverte, faz negócios milionários e faz amigos… eis que o mundo digital se apresenta como a grande realidade do momento e estar fora dela é estar bem demodê (what?).

De.mo.dê: palavra fora de moda pra explicar algo
fora de moda
. Simples assim.

A sensação é que se você não sabe, não fala e não entra nesse ambiente digital, você está ficando para trás. Esse é o assunto do momento. As cifras são altíssimas. Os grandes nomes do mercado e do esporte já estão por lá. Pensadores e pesquisadores já indicaram que esse é o futuro. Outros já apontam que esse é o agora. Percebe-se uma crescente nas conversas sobre o assunto, é cool (hã?) falar sobre metaverso, correr para achar seu lugar nesse ambiente. Aprender fazendo, mesmo que de qualquer jeito. É quase aquela necessidade de pertencimento a um grupo seleto, a mesma necessidade da época em que você ainda se reunia com a turminha para jogar bola ou trocar papel de carta.

Cool: gíria moderna para indicar algo legal. É cool falar cool, mas às vezes tem gente que se assusta.

Mas o metaverso é apenas – talvez! – a mais nova sensação digital. Mas não é a única: Facebook, Instagram, Twitter, Tik Tok, LinkedIn, e tantas outras plataformas fazem parte do dia a dia das pessoas e das corporações. É quase que por impulso… a gente sem perceber está com a cara colada no celular da hora que acorda ao momento de ir ao banheiro. No trânsito. Na roda de amigos no barzinho. No restaurante jantando a três (tá, a dois seres humanos e um serzinho intrometido). No trabalho. No lazer. A gente mata a saudade da tia que mora longe. A gente compra alguma coisa que vende na rua de trás. A gente passa horas pesquisando, assiste aula, dá aula… sim, o mundo é digital.
Mas está mais analógico do que nunca (agora buguei!)

Buguei: expressão com origem na palavra americana BUG, usada para indicar que alguém
ficou confuso, falhou, deu defeito! 
Não se preocupe se acontecer com você, isso passa!

Eis que veio a pandemia e, com ela, uma infinidade de teorias e palavrinhas de efeito. Em um primeiro momento definiu-se que tudo funcionaria no modo digital ativado! Precisávamos driblar os problemas e “solidificavam-se” as tendências quase inquestionáveis sobre trabalhar em home office, acompanhar as crianças no estudo do dia a dia, estreitar a relação familiar e preferir comida delivery para sempre, comprar e amar a experiência de compra pela internet. Ahh, o novo normal! Quando ouvimos falar de como as pessoas estavam se tornando mais amáveis, empáticas (não antipáticas, mas acho que também!), mais solidárias que nunca… Com pouco tempo começamos a sair do estado de teoria para a prática e nela levamos um choque de realidade. Sim, alguns novos hábitos foram adquiridos, algumas experiências foram testadas e aprovadas, maaaassssss (sempre existem uns massssss!)…

Masssss: advérbio usado para mostrar que sempre existe um outro lado da coisa. E quanto mais Ssssss´s, mais tem problema lá do outro lado.

A verdade (no caso a minha forma de entender tudo isso) é que estamos na era da transição. Vamos viver nela por um longo tempo ainda. Na verdade, não sairemos vivos dela. Já não somos pré-históricos nem representamos os pesados e enormes dinossauros. Também ainda não somos fluídos e conectados por inteiro. Somos a transição e assim transitamos por entre esses 2 mundos – entre o analógico e o digital, entre o passado e o futuro. As instituições de ensino sabem a importância de usar os recursos tecnológicos para melhorar o aprendizado, mas mais do que nunca constataram a importância da troca presencial, da rotina, da disciplina da sala de aula.

Os deliverys continuam sendo um negócio em expansão, mas nada substitui a experiência de estarem um restaurante ou barzinho sentindo cheiros, ouvindo música ou barulhos irritantes, provando sabores… A gente aprendeu a comprar pela internet, mas não dispensa nem resiste a uma vitrine no shopping. A gente acha massa andar em um carro por assinatura, mas ainda preferimos ter o nosso próprio carro. Já entendemos um pouco a lógica de morar de aluguel, mas sonhamos com a casa própria. O colega do escritório pode até ser chato, mas discutir com ele é o que nos faz continuar entendendo que somos seres. Seres humanos.

E sabe aquele “novo normal”? Sempre significou apenas a vontade de que tudo voltasse logo ao normal. Porque mesmo sem saber a gente sempre soube que viver não é ser analógico ou digital. Viver é experimentar o que eu aprendi um dia com o que ainda pretendo aprender.

Por Soraya Macêdo
Publicitária
Diretora da Formato Ideias

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Soraya Macêdo

Publicitária há mais de 22 anos. Diretora/Atendimento Publicitário. Por um lado ela acha que a ideia mais criativa do mundo foi a invenção do chocolate e defende isso com unhas e dentes. Por outro, ela acredita que a ideia mais sem graça é a criação da dieta.

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Publicitária com um olho nas lentes da sua objetiva e o outro nos Conteúdos da Formato desde 2022. Pra essa produtora esportista, a melhor ideia é poder falar sem papas na língua. E a ideia mais irritante é gente desligada!

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Esse aventureiro de coração e prospector nato, já achou sua joia desde 2021 e segue com ela equilibrando sua carreira sob duas rodas. Para ele, a melhor ideia já inventada foi o calendário, pois é onde marca as datas das suas viagens. E a ideia mais sem noção é não se inspirar na liberdade de viver.

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Estudante de Publicidade e Social Media, publicando na Formato desde 2022. O cara da dancinha é um profissional e não aguenta ouvir um hit que já puxa uma coreografia. Para ele, uma ideia que mexe com seu corpo inteiro é poder trabalhar ouvindo música. E a ideia que quebra ele é não conseguir ouvir todas as playlists dos seus artistas preferidos.

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Faz parte do time Formato desde abril de 2021, porque ela é específica. É a rainha dos contatos e comanda toda mídia. Para ela, a melhor ideia é tirar um cochilo após o almoço. E a ideia que tira seu sono é o bendito despertador.

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Designer por formação, faz parte do time desde 2011. Nosso Diretor de Arte vive plugado na criatividade e em seu fone de ouvido. Para ele, as melhores ideias vêm com bom humor, e uma ideia sem graça nenhuma é receber um job sem prazo.

Camille Marjorie

Publicitária desde 2013, Analista de Mídias Digitais ou também conhecida como chefinha dos pupilos. Para ela, a melhor ideia do universo foi ter colocado gatos na terra. E a ideia mais miada é não ter 50 gatos em sua casa. #loucadosgatos.

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Formada em Publicidade desde 2018, nossa redatora é Mestre em Comunicação e trabalha focada no que acredita. Para essa sonhadora, a ideia mais criativa do mundo é a música e canta como se soubesse cantar. Por outro lado, a ideia mais ensurdecedora é o silêncio, apesar de gostar.