A cada 2 anos os dilemas se repetem. De um lado os fãs do candidato B, do outro lado os fãs do candidato L. Falas mais enfáticas, discursos acirrados, debates à mesa do bar, brigas nos grupos da família, mídia cobrindo a agenda dos partidos e por aí vai. Quando começa o horário eleitoral gratuito, uns desligam a TV, outros não piscam pra não correr o risco de perder a hora. Uns falam junto com o candidato, outros riem de cada um que aparece. E sua empresa, faz o que nesse cenário? Primeira e mais importante coisa a fazer: NÃO SE METER. Isso mesmo, sua empresa NÃO tem partido. Sabe por que? Porque não interessa o candidato do seu cliente, contanto que ele compre de você. Você, pessoa jurídica, não tem lado. Você, pessoa jurídica, tem produto e/ou serviço a oferecer. Você, pessoa jurídica, quer o cliente, independente se ele é de direita, de esquerda ou coluna do meio.
Uma outra grande preocupação é observar o que você está comunicando… alguns detalhes que nem seriam notados em épocas comuns podem ser mal interpretados em tempos de eleição. Vamos a um exemplo bemmmm atual: o uso das cores. Cuidado ao usar vermelho ou verde e amarelo. Estamos falando em ter cuidado com alguma possível associação com a política, não em deixar de usar essas cores por conta da politicagem, ok? Na prática: a cor escolhida “fala” com a ideia e com a mensagem que você quer transmitir ou está ali de forma totalmente aleatória? Outra coisa, o texto traz algum termo desnecessário e muito partidário COMPANHEIROS? Favor prestar atenção, porque aqui é BRASIL ACIMA DE TUDO, TALKEI?
Esse ano, pra completar o cabo de força política, e dar ainda mais trabalho às empresas (e suas agências), a Copa do Mundo de Futebol será realizada em pleno mês de novembro. De cara a gente fica naturalmente confuso (desde que me entendo por gente, Copa é no São João com forró, festa na rua, apito, tudo em verde e amarelo, uma festa! Massss, esse ano, é necessário redobrar a atenção até na hora de usar a bandeira do país… Redobrar a atenção não significa não usar, mas avaliar cada palavra, cada imagem, cada colocação. Um exemplo prático: em uma peça publicitária para vender a coleção de roupas para a Copa do Mundo, evite usar a frase “Aqui somos Brasil o tempo inteiro”… melhor optar por algo tipo “Na Copa do Mundo, nossa torcida é para o time canarinho”. Esse exemplo é ilustrativo, ok? Uma publicitária não seria tão sem graça na criação de um texto, ora bolas!!
Parece óbvio, muito óbvio o que vou escrever agora, mas, porém, contudo, entretanto e todavia… há quem esqueça ou confunda tudinho. Anunciante, sua empresa não tem lado, lembra? Por isso, esqueça esse negócio de Globo golpista, Anitta esquerdista, Jovem Pan bolsominion, Folha de São Paulo comunista, blá, blá, blá… vá pra onde seu cliente está! Só isso, entendeu? Não?! Vou desenhar então! Sua empresa, meu caro e minha cara, tem que estar onde o povo está. Ou seja, o que interessa na hora de anunciar é a audiência. Tem muito bolsonarista? OK! Tem muito lulista? OK! Tem público? Lá estaremos com nosso anúncio, passando nossa mensagem! E amanhã, se a pessoa estiver vestindo vermelho ou verde amarelo, tanto faz! Atenda seu cliente e venda muuuuiito pra ele.
Ah, e não esqueça: sua empresa precisa ser a escolha certa antes, durante e depois da campanha política e, no dia da eleição trate de votar direito, seja lá o que isso signifique nos tempos atuais…
